Ainda agora começou e já suspiro por 2018
Caro Presidente da República, O senhor estragou-me o ano. Bem sei que estamos no início, mas daqui em diante pouco mais me resta do que engonhar até chegar 2018. A razão do meu fastio será decerto a mesma de tantos outros portugueses, pelo que seria despiciendo estar a enunciá-la. Mas para memória futura e para que não se volte a repetir semelhante situação, irei fazê-lo. No dia 1 de Janeiro, a seguir ao jantar, recostei-me comodamente no sofá, enquanto contava os minutos para o início do seu discurso de ano novo. “Que novas calamidades, tragédias e depressões irá ele anunciar?”, perguntava-me, com uma impaciência difícil de conter. “Será a vinda do diabo ou regresso do FMI? E qual é a diferença entre ambos? Será ao nível das malfeitorias que se distinguem?”, filosofava, actividade a que me presto amiúde durante a digestão. Bastou, no entanto, ouvi-lo durante um minuto para me sentir defraudado. Por momentos, ainda pensei que na noite anterior tivesse apanhado por engano u...