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A mostrar mensagens de janeiro, 2018

A que horas passa o Apocalipse?

Foi com um profundo desapontamento que soube que os cientistas atómicos avançaram apenas 30 segundos os ponteiros do Relógio do Apocalipse . Os dois longos minutos que ainda faltam para a meia-noite são uma desfeita enorme para o excelente trabalho desenvolvido pela Humanidade em 2017. Creio que ninguém regateou esforços para dar cabo do planeta e até se conseguiu superar as expectativas. Agora só me resta voltar a pôr o champagne no frigorífico e explicar ao meu chefe que os comentários que teci sobre a actividade profissional isenta de impostos da sua mãe foram feitos em tom elogioso.  Olhando para o ano anterior, é difícil de compreender o que falhou para o relógio só ter avançado 30 segundos. Houve corridas ao armamento nuclear, abundância de tweets de Donald Trump, guerras civis, crises de refugiados, fenómenos climáticos extremos, degelo do Ártico, o Sá Pinto a falar francês … Estava convencido de que este cocktail seria mais do que suficiente para se assistir ao fim do mun

Este mundo não é para emigrantes pobres

Aristóteles defendeu que a filosofia nasce do nosso espanto perante o que nos rodeia. É por essa razão que Donald Trump é um dos maiores filósofos vivos da nossa época, com a vantagem de conseguir espantar-se com o mundo e simultaneamente espantar todos os que o ouvem. Ou seja, é alguém que além de filosofar induz os outros à reflexão filosófica. O mais recente motivo de espanto de Donald Trump foi a constatação de que a maioria dos emigrantes que procuram entrar nos EUA é oriunda de países pobres. Para ser fidedigno às palavras do presidente americano, a expressão usada foi “ países de merda ”. É refrescante ver um grande pensador deixar de lado os hermetismos que abundam na filosofia e esforçar-se para utilizar uma linguagem que todos percebam sem descurar, no entanto, a análise pormenorizada dos grandes temas da actualidade. No final da sua prelecção, Trump sugeriu que os EUA deveriam apostar antes em emigrantes da Noruega. Apesar de não constar no testemunho dos seus discípulo

CTT têm cartas para dar na gestão

As mais recentes medidas tomadas pela administração dos CTT mereceram veementes críticas da maioria dos portugueses. É de lamentar que ninguém tenha dado conta de que estamos perante decisões estratégicas de excelência que mereceriam figurar em qualquer compêndio de gestão. Na verdade, o presidente dos CTT, Francisco Lacerda, anunciou que 800 postos de trabalho serão eliminados nos próximos três anos. Perante o sobressalto que provocou, foi chamado de imediato ao Parlamento onde explicou o óbvio aos deputados: a redução do número de trabalhadores não implica qualquer degradação no serviço prestado. Alguns dias mais tarde, foi noticiado que 22 lojas poderão ser encerradas em breve. Mais uma vez gerou-se uma onda de indignação incompreensível e a empresa teve novamente de sair a terreiro para dizer aquilo que todas as pessoas de boa-fé já tinham percebido: “O plano de adequação não coloca em causa o serviço de proximidade às populações". É provável que dentro de algumas seman