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A mostrar mensagens de junho, 2018

A melhor crónica do mundo

A selecção do melhor do mundo empatou a três bolas frente à Espanha na jornada inaugural do Mundial. Apesar de ser desnecessário mencioná-lo, os três golos da selecção do melhor do mundo foram marcados pelo melhor do mundo. No final do jogo, os companheiros que têm o privilégio de jogar ao lado do melhor do mundo destacaram a importância decisiva do melhor do mundo para o empate. Apesar de serem palavras elogiosas, não fizeram justiça ao melhor do mundo. Seria mais certeiro afirmar que assistiram à melhor exibição do mundo do melhor do mundo, podendo apenas ser suplantada por outra exibição do próprio melhor do mundo. O seleccionador que teve a honra de defrontar o melhor do mundo disse que não trocaria nenhum dos seus jogadores pelo melhor do mundo. Jogadores esses que, obviamente, ao terem defrontado o melhor do mundo atingiram o pináculo das suas carreiras. Mais do que azedume pelo empate concedido ao cair do pano com o melhor livre do mundo apontado pelo melhor do mundo, a s

As princesas prejudicam gravemente a saúde

Durante toda a minha infância ouvi histórias de príncipes que tiveram de matar dragões, lutar contra cavaleiros e enfrentar bruxas para conseguirem, enfim, ter a sua recompensa – a princesa. A trama narrativa era sempre a mesma. Havia um príncipe que punha em perigo a sua vida e uma princesa refastelada numa torre ou a dormir confortavelmente numa cama de dossel. Eles eram destemidos e façanhudos; elas frágeis e dondocas. Sempre achei que a repartição de tarefas nas histórias infantis não era equitativa e que, de quando em quando, o príncipe também deveria ter direito a tirar meia hora de sesta, enquanto a princesa, devidamente empoderada, ia combater uns seres maléficos. Mesmo sem o saber, sentia já a falta de uma Isabel Moreira que pugnasse pela igualdade de género nas histórias da minha meninice. Parece que finalmente a minha revolta silenciosa evoluiu para uma polémica ruidosa. Se não fosse a minha falta de perspicácia, teria facilmente percebido que, no que concerne a históri

Senhores passageiros, hoje é mais um dia com perturbações

Imagine que se cruza todos os dias na rua com um septuagenário visivelmente perturbado. Quando se aproxima, ouve-o debitar enfadonha e constantemente conselhos sobre segurança. O que faria? Provavelmente ligaria para a Segurança Social e dava conta da ocorrência. Então, por que razão ainda ninguém fez o mesmo com o Metro de Lisboa? Na verdade, como prenda pelas 70 velas sopradas este ano , o Metro de Lisboa merecia ser levado para um lar onde passasse o resto dos seus dias a assar castanhas à lareira e a relembrar (se ainda for capaz) as bonitas viagens que fez pela cidade. Obrigá-lo a continuar a transportar pessoas, quando já não tem capacidade para o fazer, é uma violência a que nenhum idoso merece ser sujeito. A prova de fé que milhares de utentes fazem diariamente ao deixarem-se ser transportados por ele, é o equivalente a aceitar ser guiado na selva por alguém com Alzheimer. Senão vejamos: diariamente esquece-se de aparecer à hora marcada, está permanentemente com pertu