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A mostrar mensagens de agosto, 2013

Campanha autárquica em fascículos

Observando a lei à risca, a Comissão Nacional de Eleições obrigou os órgãos de comunicação social a dar um tratamento igualitário a todas as forças políticas envolvidas nas autárquicas de 29 de Setembro. Perante uma decisão tão sensata e democrática, qual foi a reacção os jornalistas? Abraçaram-se em júbilo e arrancaram país fora de bloco e microfone em riste, felizes por darem o mesmo espaço mediático a todas as campanhas? Nada disso. Ficaram descontentes, alegando, imagine-se, que a cobertura eleitoral se transformou numa tarefa humanamente impossível. Trata-se, como já devem ter percebido, de uma desculpa de gente preguiçosa que prefere estar repimpada no fresco climatizado das redacções do que ir para o terreno trabalhar. Acontece que eu tenho comigo os números que deitam por terra as suas lamúrias ociosas. Antes disso, devo esclarecer o seguinte ponto: para que o igualitarismo partidário seja observado em sentido literal, os jornalistas não podem restringir a cobertura eleito

Apontamentos para uma biografia irrevogável

A minha história começa aos oito meses de vida quando tomei a decisão irrevogável de não nascer. Preocupada, a parteira informou a administração que se reuniu de emergência para deliberar sobre um caso tão insólito. Seguiram-se horas de debate e ponderação, até que me ofereceram o cargo de vice gestor da maternidade. E foi assim, irrevogavelmente, que vim ao mundo numa tarde soalheira de Verão. Quando entrei para a primária, os meus colegas tiveram a desfaçatez de me porem à baliza durante os jogos realizados no recreio. A justificação que deram foi que assim atrapalhava menos. Melindrado, manifestei solenemente a minha vontade irrevogável de abandonar a equipa. Algumas horas depois, estava a jogar a avançado e com a braçadeira de capitão à volta do meu braço direito. Um dia, enquanto cervejava alegremente com os meus amigos, disse-lhes que as diferenças sociais e laborais entre homens e mulheres me davam asco. Por essa razão, em solidariedade com a emancipação feminina, tomav