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A mostrar mensagens de março, 2012

O espaço-tempo segundo a CP

A CP propôs fazer a ligação da Guarda à Covilhã através de um percurso que demora seis horas e 41 minutos. A notícia, publicada no Jornal do Fundão de 23 de Fevereiro, suscitou, espante-se, críticas acerbadas. Na minha opinião, todas elas carecem de fundamentação e ignoram ostensivamente as evidentes vantagens da decisão da empresa. Em primeiro lugar, deixo a seguinte questão à jornalista que escreveu o artigo: na perspectiva de quem é que a viagem demora seis horas e 41 minutos? Do maquinista? Do viajante? Do avô que espera o neto na estação enquanto ouve o relato do Sporting da Covilhã? Não se trata de uma interrogação menor, porque escrever simplesmente que um determinado percurso demora muito tempo a ser realizado, demonstra que se andou a fazer gazeta às aulas de física. Desde o tempo de Albert Einstein que se sabe que um relógio em movimento avança mais devagar que um relógio estacionário. Portanto, para o viajante que saia da Covilhã às 12 horas, o percurso poderá muito bem de

Mais pieguice, sff

O primeiro-ministro exortou, há algumas semanas, os portugueses a deixarem de ser tão piegas. O seu pedido merece um comentário tão pertinaz quanto cuidadoso. Ponto prévio: não é líquido que o destinatário do discurso fosse o povo português em geral. Quando se olha para a idade dos assessores dos ministros, ganha força a hipótese de que Pedro Passos Coelho estivesse a dar um responso apenas àqueles para que se façam homens. Provavelmente está cansado de aturar as birras e as queixas dos rapazinhos que, coitados, recebem um espartano salário de três mil euros brutos após anos e anos de árduo labor a agitar bandeiras laranjas em comícios e caravanas. E ainda há quem diga que a austeridade não toca a todos. Seja como for, andou mal o primeiro-ministro ao dizer o que disse. Numa altura em que o país perdeu soberania financeira, em que o estado está a vender as empresas a estrangeiros, em que os nossos clubes de futebol podiam jogar na América do Sul, os portugueses sentem necessidade de