A clandestinidade é quem mais ordena
Na Ria Formosa começaram recentemente as demolições de várias casas construídas ilegalmente em zonas de risco. Como seria de esperar, os moradores têm protestado contra a decisão, o que tem sido frutífero: do número inicial de 369 construções a abater passou-se para 57. Esta redução é uma decisão acertada por parte do Ministério do Ambiente, porque mais do que nunca é preciso manter a qualidade elevada das obras clandestinas em Portugal. Provavelmente muitas das casas que vão ser demolidas pagavam uma mensalidade para ter televisão por cabo ou, pior ainda, tinham contrato em dia com a EDP, o que obviamente dá má fama aos verdadeiros clandestinos. Se é para andar a pactuar com situações regularizadas e em conformidade com a lei, então mais vale ficarem sem casa e abandonarem a clandestinidade de vez. A luta dos moradores, contudo, não tem esmorecido e nos últimos tempos apresentaram um argumento de peso. Segundo eles, as construções clandestinas contribuem para a protecção do habit...