Precisamos de mais turistas em Lisboa
Neste momento há para cada turista em Lisboa um crítico. Alguém que tira uma selfie num miradouro enquanto se deleita com o sunset, bebe um gin cor-de-rosa com bagas de cardamomo num rooftop ou simplesmente fala num idioma estrangeiro é de imediato zurzido por um nativo. Tornou-se num desporto nacional. Eu próprio o pratico com frequência. Sobretudo quando pago um euro pelo café ou tenho de me transformar no Paulinho Santos do metro e fracturar dois ou três maxilares para conseguir entrar nas carruagens apinhadas. Há, contudo, algumas vantagens em termos Lisboa enxameada de turistas. Em primeiro lugar, pedir indicações tornou-se mais fácil. O risco de perguntarmos onde fica determinada rua, jardim ou museu a um habitante local diminuiu drasticamente. Como é sabido, o lisboeta conhece apenas o local onde vive e onde trabalha. Tudo o resto é-lhe tão desconhecido como o planeta Marte. Alguém que vive em Alfama e trabalha em Picoas ignora em absoluto a existência da Basílica d...