Campanha autárquica em fascículos
Observando a lei à risca, a Comissão Nacional de Eleições obrigou os órgãos de comunicação social a dar um tratamento igualitário a todas as forças políticas envolvidas nas autárquicas de 29 de Setembro. Perante uma decisão tão sensata e democrática, qual foi a reacção os jornalistas? Abraçaram-se em júbilo e arrancaram país fora de bloco e microfone em riste, felizes por darem o mesmo espaço mediático a todas as campanhas? Nada disso. Ficaram descontentes, alegando, imagine-se, que a cobertura eleitoral se transformou numa tarefa humanamente impossível. Trata-se, como já devem ter percebido, de uma desculpa de gente preguiçosa que prefere estar repimpada no fresco climatizado das redacções do que ir para o terreno trabalhar. Acontece que eu tenho comigo os números que deitam por terra as suas lamúrias ociosas. Antes disso, devo esclarecer o seguinte ponto: para que o igualitarismo partidário seja observado em sentido literal, os jornalistas não podem restringir a cobertura eleito...